no icon

Empreendedorismo no Trabalho Educativo: Estratégias Para o Desenvolvimento de Competências e Habilidades em Adolescêntes

Compartilhe esse conteúdo

Empreendedorismo no Trabalho Educativo: Estratégias Para o Desenvolvimento de Competências e Habilidades em Adolescêntes

EMPREENDEDORISMO NO TRABALHO EDUCATIVO: ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES EM ADOLESCÊNTES

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

EMPREENDEDORISMO NO TRABALHO EDUCATIVO ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES EM ADOLESCÊNTES

JEANINE FONTOURA BARBOZA

RESUMO

O empreendedorismo no contexto do Trabalho Educativo emerge como uma ferramenta essencial para o desenvolvimento de competências socioemocionais e profissionais em adolescentes em situação de vulnerabilidade. Este estudo investiga como práticas empreendedoras podem ser integradas ao programa de Trabalho Educativo, promovendo habilidades como liderança, autonomia, criatividade e capacidade de adaptação ao mercado de trabalho. A pesquisa qualitativa, baseada em entrevistas e observações, busca compreender os desafios e benefícios dessa abordagem tanto para os alunos quanto para os educadores. A revisão teórica fundamenta-se em autores que discutem o papel do empreendedorismo na educação e suas implicações no desenvolvimento pessoal e profissional dos jovens, propondo reflexões sobre a implementação dessa prática como estratégia de inclusão social e formação integral.

 Palavras-Chave: Empreendedorismo, Trabalho Educativo, Desenvolvimento de jovens, Vulnerabilidade social, Criatividade

TEMA 

Empreendedorismo no contexto do Trabalho Educativo voltado para adolescentes em situação de vulnerabilidade social.

2.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA

Empreendedorismo no contexto do Trabalho Educativo: estratégias para o Desenvolvimento de Competências e Habilidades em Adolescentes 

JUSTIFICATIVA

A inserção do empreendedorismo no Trabalho Educativo é de extrema relevância, especialmente no contexto urbano, onde os desafios sociais e econômicos enfrentados por adolescentes em situação de vulnerabilidade exigem soluções inovadoras e práticas que favoreçam a inclusão e o desenvolvimento integral desses jovens. Em um cenário onde o mercado de trabalho demanda habilidades cada vez mais complexas, como autonomia, criatividade e capacidade de liderança, integrar o empreendedorismo a programas educativos surge como uma alternativa eficaz para suprir essa lacuna formativa. Estudos demonstram que o empreendedorismo, ao ser aplicado na educação, não apenas prepara os alunos para o mercado de trabalho, mas também os capacita a se tornarem agentes de mudança em suas próprias comunidades (Katz, 2003; Freire, 1996).

Além disso, o empreendedorismo pode ser um meio poderoso de promover a igualdade de oportunidades, estimulando a confiança dos jovens e permitindo-lhes descobrir suas próprias potencialidades. O impacto do empreendedorismo na formação de competências socioemocionais é amplamente discutido por diversos pesquisadores, que afirmam a importância da educação empreendedora para a promoção de atitudes proativas, resolução de problemas e inovação. Dessa forma, este estudo visa compreender como a implementação dessas práticas pode contribuir para uma educação mais inclusiva e voltada para o futuro, atendendo às necessidades do jovem em situação de vulnerabilidade urbana.

Minha experiência como educadora no Trabalho Educativo, durante dois anos, foi enriquecedora e transformadora. Trabalhar com adolescentes nesse programa proporcionou uma troca constante de conhecimentos e vivências que ampliaram minha visão sobre educação e inclusão social. Contudo, senti de perto a falta de apoio e estrutura por parte da instituição. Frequentemente, as atividades desenvolvidas dependiam da mobilização da equipe, incluindo a coordenadora e eu, para oferecer ao grupo oportunidades mínimas, como visitas a espaços culturais. Esse cenário reflete a necessidade urgente de repensar e fortalecer as políticas de apoio ao Trabalho Educativo, proporcionando condições adequadas para que práticas inovadoras, como o empreendedorismo, possam realmente fazer a diferença na vida desses jovens.

A experiência de trabalhar com esses adolescentes despertou a necessidade de explorar formas de incorporar o empreendedorismo nesse contexto, como uma ferramenta para promover habilidades socioemocionais e profissionais essenciais para a vida desses jovens. O empreendedorismo, conforme discutido por autores como Santos (2018) e Drucker (2001), pode ser uma estratégia poderosa para fomentar a autonomia, criatividade e o senso de responsabilidade. Segundo Santos (2018), o empreendedorismo na educação pode ser visto como um instrumento para a formação integral, pois permite que os alunos desenvolvam não apenas habilidades técnicas, mas também comportamentais, essenciais para a superação de desafios cotidianos e profissionais.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica deste estudo está centrada em duas áreas principais: o empreendedorismo e o Trabalho Educativo. O empreendedorismo, tradicionalmente associado à criação de novos negócios, foi ampliado para englobar atitudes, competências e comportamentos que podem ser cultivados em contextos educacionais. Segundo Dyer et al. (2009), o empreendedorismo envolve a capacidade de identificar oportunidades e mobilizar recursos de forma criativa e inovadora, sendo uma competência essencial para o sucesso no mundo contemporâneo.

No contexto educacional, Gibb (2002) argumenta que o empreendedorismo na educação é mais do que apenas preparar os alunos para abrir seus próprios negócios. Ele se refere a um processo de desenvolvimento de competências que envolve criatividade, resolução de problemas, capacidade de liderança e uma visão crítica e reflexiva sobre o mundo. Essas habilidades são essenciais para o crescimento pessoal e para o enfrentamento de desafios no ambiente de trabalho.

O Trabalho Educativo, por sua vez, é uma estratégia que visa proporcionar aos adolescentes experiências de trabalho que complementem sua formação escolar. No Brasil, essa abordagem está associada a programas de inserção profissional para jovens em situação de vulnerabilidade social. De acordo com Soares (2007), o Trabalho Educativo não só prepara o aluno para o mercado de trabalho, mas também busca desenvolver sua autonomia, capacidade crítica e sentido de responsabilidade social.

Quando associamos o empreendedorismo ao Trabalho Educativo, criamos uma abordagem que, segundo Santos (2016), pode promover a inclusão social e o fortalecimento da cidadania entre jovens em situação de vulnerabilidade. O empreendedorismo no contexto do Trabalho Educativo pode ser um meio poderoso de capacitar os jovens a se tornarem agentes de transformação social, desenvolvendo habilidades que vão além da preparação para o mercado de trabalho, mas que também os capacitam a serem protagonistas de suas próprias vidas e de suas comunidades.


QUESTÃO NORTEADORA

Como a integração do empreendedorismo no Trabalho Educativo pode contribuir para o desenvolvimento de competências socioemocionais e habilidades profissionais em adolescentes em situação de vulnerabilidade social?

OBJETIVO

O objetivo deste estudo é analisar como a integração do empreendedorismo no contexto do Trabalho Educativo pode contribuir para o desenvolvimento de competências essenciais, como autonomia, liderança, criatividade e capacidade de adaptação, em adolescentes em situação de vulnerabilidade social. Além disso, busca-se identificar os desafios e as oportunidades presentes na implementação de práticas empreendedoras em programas educativos voltados a essa população, investigando de que forma essas práticas podem influenciar positivamente a formação pessoal e profissional dos jovens, preparando-os não apenas para o mercado de trabalho, mas também para a transformação social.


Metodologia

A pesquisa será conduzida por meio de uma abordagem qualitativa, buscando compreender as percepções e as experiências dos envolvidos no processo de implementação do empreendedorismo no Trabalho Educativo. Para isso, será adotada uma metodologia exploratória, com a realização de entrevistas semiestruturadas com dois educadores, dois gestores e dois adolescentes participantes do Programa. A escolha pela pesquisa qualitativa se justifica pelo caráter investigativo e interpretativo, que permite explorar em profundidade as vivências e os impactos desse modelo de ensino.

Serão realizadas observações em campo, em contextos educativos específicos, para identificar como as práticas empreendedoras estão sendo implementadas e como elas influenciam o desenvolvimento de competências nos alunos. A análise dos dados será feita a partir da técnica de análise de conteúdo, conforme os procedimentos descritos por Bardin (2011), que possibilita uma interpretação rica e detalhada dos depoimentos e das observações coletadas.

A pesquisa também levará em consideração os cuidados éticos, assegurando a privacidade dos participantes e obtendo consentimento informado, conforme exigido pelas diretrizes de pesquisa em educação. O objetivo é garantir que os dados sejam coletados e analisados de forma ética e responsável, respeitando a integridade dos sujeitos envolvidos no estudo.


CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO

O cronograma de execução deste estudo será realizado ao longo de seis meses, em 2025, distribuídos da seguinte forma

1. Revisão bibliográfica (1º mês): Neste primeiro mês, será feita a pesquisa de fontes acadêmicas e bibliográficas sobre o empreendedorismo no contexto educacional e no Trabalho Educativo. O objetivo é embasar teoricamente o estudo e identificar lacunas na pesquisa existente.

2. Definição dos sujeitos e organização da pesquisa (1º mês): Durante este mês, será feito o planejamento da pesquisa, que inclui a seleção dos sujeitos da pesquisa (educadores, gestores e adolescentes) e o planejamento dos procedimentos para as entrevistas e observações.

3. Coleta de dados (2º e 3º meses): A coleta de dados ocorrerá por meio de entrevistas semiestruturadas e observações em campo nas escolas participantes, com o objetivo de coletar informações sobre as práticas de empreendedorismo e seus efeitos no desenvolvimento dos adolescentes.

4. Análise preliminar dos dados (3º e 4º meses): Após a coleta, será realizada uma análise preliminar, organizando os dados obtidos e identificando padrões e temas recorrentes nas entrevistas e observações.

5. Redação do relatório preliminar (4º mês): Com base nos dados analisados, será redigido um relatório preliminar, apresentando as primeiras conclusões sobre os impactos do empreendedorismo no Trabalho Educativo.

6. Revisão e ajustes finais (5º mês): O relatório preliminar será revisado e ajustado, considerando as críticas de colegas e orientadores, para melhorar a clareza e a profundidade da análise.

7. Entrega do artigo final (6º mês): Após a revisão final, o artigo será entregue para avaliação, concluindo o processo de pesquisa.









FONTES PRÉVIAS LEVANTADAS

Drucker, P. F. (1985). Innovation and Entrepreneurship: Practice and Principles. New York: Harper & Row.

Freire, P. (1996). Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra.

 Hisrich, R. D., Peters, M. P., & Shepherd, D. A. (2016). Entrepreneurship. New York: McGraw-Hill.

 Silva, M. R., & Carvalho, F. T. (2018). Empreendedorismo educacional: práticas e desafios no Brasil. Revista de Educação Contemporânea, 14(2), 120-135.

 Schumpeter, J. A. (1934). The Theory of Economic Development. Cambridge: Harvard University Press.


REFERÊNCIAS

Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70.

Dyer, W. G., Gregersen, H. B., & Christensen, C. M. (2009). Entrepreneurial leadership: The art of unleashing the potential of others. Boston: Harvard Business Review Press.

Gibb, A. A. (2002). In Pursuit of a New 'Enterprise' and 'Entrepreneurship' Paradigm for Learning: Creative Destruction, New Value and New Ways of Doing Things. International Journal of Management Reviews, 4(3), 233-269.

Santos, J. S. (2016). Empreendedorismo e Transformação Social: O papel da educação no empoderamento de jovens. Belo Horizonte: Editora UFMG.

Soares, M. R. (2007). Trabalho e educação: a formação profissional no ensino médio. São Paulo: Cortez Editora.

Tozetto, S. S., & Gomes, T. S. (2020). A prática pedagógica na formação docente. Revista Brasileira de Educação, 25(63), 1-14.


Referências

Coelho Beatriz Citação direta diferença entre citação curta e citação longa nas normas da ABNT Blog Mettzer . Florianópolis , 2021 . Disponível em: https://blog.mettzer.com/citacao-direta-curta-longa/ . Acesso em: 10 mai. 2021 .

DMITRUK Hilda Beatriz   (Org.) Cadernos metodológicos diretrizes da metodologia científica . 5 ed . Chapecó : Argos , 2001 123 p .

Tumelero Naína Projeto de Pesquisa o que é, como fazer, metodologia e formatação Blog Mettzer . Florianópolis , 2018 . Disponível em: https://blog.mettzer.com/projeto-de-pesquisa/ . Acesso em: 4 dez. 2024 .

Conteúdos semelhantes

Prevenção de Acidentes em Trabalhos em Altura

no iconno icon

GUILHERME DONIZETE MOREIRA SOUZA

A Revolução da Indústria 4.0 e o Impacto da Automação no Mercado Atual

no icon

LUCAS MICALICHEN

Tecnico em Segurança do Trabalho

no icon

JOSE ALEXANDRE DANTAS NASCIMENTO