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GISELE APARECIDA MACHADO

A Importância do Uso de Epis Para Atividades em Câmaras Frias

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A Importância do Uso de Epis Para Atividades em Câmaras Frias

Centro de Profissionalização e Educação Técnica

A Importância do Uso de Epis Para Atividades em Câmaras Frias

GISELE APARECIDA MACHADO

Orientador: Adriana Morais

Coorientador: Marcia Cristiane

Resumo

Este trabalho tem como principal objetivo alertar sobre a necessidade do uso correto dos EPIs quando se trabalha em câmaras frias para evitar danos á saúde decorrente das atividades realizadas nestes setores .Iremos abordar a importância do uso de EPIs em uma pesquisa feita com os trabalhadores em uma fábrica de batatas pré fritas congeladas localizada na cidade de Araxá -MG com atividades 24 horas por dia ,divididas em três turnos, mais especificamente no setor de expedição que é onde ocorre a carga/descarga dos produtos congelados e há uma grande movimentação dos funcionários neste setor durante todos os turnos ,falaremos um pouco sobre a NR 36 e sobre as principais doenças que podem ser evitadas quando os EPis são usados corretamente e os trabalhadores devidamente treinados para as atividades ,mostrando que é possível trabalhar de forma segura e garantir a saúde e o bem estar de quem realiza as atividades nestas atividades considerados insalubres .

Palavras-chave: EPIs; câmaras frias; saúde; segurança.

Abstract

This work's main objective is to raise awareness about the need for the correct use of PPE when working in cold rooms to avoid damage to health resulting from activities carried out in these sectors. We will address the importance of using PPE in a survey carried out with workers in a frozen pre-fried potato factory located in the city of Araxá -MG with activities 24 hours a day, divided into three shifts, more specifically in the shipping sector which is where the loading/unloading of frozen products takes place and there is a great movement of employees in this sector during all shifts, we will talk a little about NR 36 and the main diseases that can be avoided when EPis are used correctly and workers are properly trained for the activities, showing that it is possible to work safely and guarantee the health and well-being of those who carry out activities in these activities considered unhealthy.

Keywords: PPE; cold rooms; health; security

Introdução

Neste trabalho iremos abordar a importância da utilização correta dos EPIs ao realizar atividades em câmaras frias, visando prevenir doenças ocupacionais para os colaboradores destes setores e sobre  a norma referente ao trabalho nestas atividades.

Vamos falar sobre o trabalho nas câmaras frias e porque as atividades realizadas neste setor são consideradas insalubres e causam tantos acidentes.

Falaremos também sobre as principais doenças que podem surgir quando trabalhamos nesses ambientes frios e seus principais sintomas .

Detalhamos os EPIs necessários para realizar as atividades nestes setores e sobre a forma que devem ser oferecidos pela empresa ,assim como os treinamentos para uso, modo de conservação e tempo de troca dos mesmos .

Vamos abordar algumas medidas previdenciárias que são específicas para os trabalhadores destes setores, como o adicional de insalubridade, aposentadoria especial e o período de intervalo nas atividades, visando o bem estar do trabalhador em seu período de trabalho.

Vamos explicar os cuidados que o trabalhador deve ter ao realizar atividades nestes setores ,que vão desde a observação do local antes e durante as atividades ao preenchimento de check list que comprovam que o local está adequado para que seja feita a tarefa sem riscos ao colaborador .

Mostraremos o resultado de uma pesquisa feita com os colaboradores das área frias em duas empresas de alimentos da cidade de Araxá ,onde foram questionados sobre a eficiência e importância do uso dos Epis para suas atividades e como os mesmos lidam com a equipe de segurança de suas respectivas empresas e como tem sido o retorno da equipe diante das suas necessidades.

Desenvolvimento 


 FALANDO UM POUCO SOBRE O TRABALHO EM CÂMARAS FRIAS

A câmara fria é o local utilizado para a conservação de produtos perecíveis que necessitam de um controle rígido de temperatura utilizada em setores alimentícios e farmacêuticos. Esta área garante a qualidade e a segurança dos alimentos e medicamentos que chegam ao consumidor. As atividades realizadas em câmaras frias são consideradas atividades insalubres e a norma regulamentadora 36 da ABNT é a que define as medidas obrigatórias de segurança laboral nestes espaços. Esta norma define o uso obrigatório de EPIs, a limitação no tempo de permanência no local e as medidas de segurança nesses espaços.

 Grande parte dos acidentes de trabalho que surgem nas câmaras frias são ocasionados pelo tempo de exposição do trabalhador dentro delas, falta de EPIs , treinamento para executar as atividades corretamente e acidentes com máquinas e/ou portas inadequadas e não é incomum a existência de casos de funcionários que vieram a óbito por não conseguir sair da câmara fria, por isso do lado de fora é adotada como medida de segurança um botão de emergência que emite som ou até mesmo aciona uma luz quando o operador fica preso no espaço da câmara fria.



RISCOS DE TRABALHAR EM CÂMARAS FRIAS 




 Algumas doenças ocupacionais relacionadas ao trabalho em câmaras frias:


° úlceras: são pequenas lesões na pele que podem causar dores intensas e até mesmo bolhas

° hipotermia: pode levar ao coma ou morte, uma vez que o corpo perde a sensibilidade e a força muscular,perda da capacidade de percepção;

° pé de sofrimento: acomete trabalhadores que ficam com os pés expostos a água fria ou locais úmidos, causando estagnação do sangue e consequente paralisação dos pés e pernas;

° fenômeno de Raynaud: ocorre devido à diminuição da circulação sanguínea nos dedos, deixando-os azulados e insensíveis, com sensação de dormência.

° perniose: ocorre quando alguma parte do corpo sofre congelamento, causando queimaduras e dor intensa

° frosbite: pode ocorrer o congelamento da pele, formando cristais de gelo na derme e epiderme. A pele fica adormecida e pálida, podendo causar lesões como queimaduras. Em casos mais graves, pode ocorrer a morte do tecido congelado e consequentemente a perda do membro afetado.

° urticária: alergia ao frio, coceiras na pele, sensação de dor e queimação, áreas avermelhadas, inchaço nos dedos, feridas e descamação da pele, e em alguns casos vômitos e dores abdominais.

EPIS PARA ATIVIDADES EM CÂMARAS 

  -Botas térmicas: São projetadas para manter os pés aquecidos e secos, evitando por exemplo, o pé de imersão.

  -Luvas térmicas: Protegem as mãos contra o frio intenso e o contato com objetos gelados, prevenindo lesões e doenças ocupacionais.

 -Jaquetas térmicas(japonas): São confeccionadas com materiais isolantes, que mantêm a temperatura do corpo estável e evitam a perda excessiva de calor.

 -Máscaras térmicas (touca balaclava): Evitam por exemplo a gripe respiratória.

 -Óculos de proteção: garante que a visibilidade seja mantida evitando acidentes-

-Protetor auricular :Preserva a audição do colaborador em ambientes barulhentos



É obrigatório que a empresa forneça não só os EPIs em perfeitas condições e de forma gratuita para os trabalhadores mas também treinamentos e orientações sobre como utilizá-los corretamente, como fazer sua higienização e onde realizar a troca quando necessário e como realizar as atividades de forma segura.

De maneira geral, a regra da periodicidade da troca de EPI depende do prazo de validade do fabricante, não devendo ser usado após essa data.

Outro fator que influencia na periodicidade da troca de EPI é a integridade do equipamento. Caso haja algum acidente, dano, quebra, trinco ou qualquer evento que comprometeu o desempenho do item ele deve ser substituído imediatamente.



 

QUEM TRABALHA EM CÂMARA FRIA RECEBE ADICIONAL DE INSALUBRIDADE?

Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a exposição ao frio é uma condição insalubre. Portanto, os trabalhadores que exercem atividades em câmaras frias têm direito a um adicional de insalubridade. Esse adicional é pago em razão do risco que o trabalhador corre ao realizar suas atividades em ambientes negativos à saúde.

O percentual do adicional de insalubridade depende do grau de exposição do trabalhador ao agente insalubre.

No caso da exposição ao frio, o adicional pode ser de 20%, 30% ou 40% sobre o salário-mínimo, dependendo da temperatura e do tempo de exposição. Apesar de ser raro, quando o EPI neutralizar em 100% os danos à saúde do trabalhador em razão do contato frio excessivo da câmara, ele não receberá o adicional.
        É importante destacar que a empresa é responsável por garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para seus funcionários, e deve tomar medidas preventivas de segurança. Para saber se o trabalhador tem direito a esse adicional, é necessário avaliar as condições do ambiente de trabalho e as atividades realizadas. No caso dos trabalhadores que têm contato com a câmara fria, por exemplo, é necessário verificar se a temperatura do ambiente está abaixo do limite considerado seguro. Além disso, deve verificar-se se o trabalhador utiliza equipamentos de proteção individual para evitar doenças ocupacionais.

A avaliação do direito ao adicional de insalubridade é feita por profissionais habilitados, como engenheiros de segurança do trabalho e médicos do trabalho, por meio de laudos técnicos elaborados.

Caso constate-se que o trabalhador exerce atividades em condições insalubres, ele terá direito ao adicional de insalubridade sobre o salário-mínimo. É importante destacar que a empresa é responsável por garantir um ambiente de trabalho seguro e saudável para seus funcionários e deve tomar medidas preventivas de segurança.




TRABALHADOR EM CÂMARA FRIA TEM DIREITO A UM INTERVALO PARA DESCANSO ESPECIAL?


Tem sim, esse intervalo trata-se de uma pausa durante a jornada de trabalho, isto é, dentro do horário de expediente.

E mais, esse intervalo não interfere no horário de almoço que também deve ser concedido.

O trabalhador em câmara fria tem direito ao intervalo intra jornada especial de 20 minutos para recuperação térmica, a cada 1:40 h de trabalho consecutivo.

Durante este intervalo, o trabalhador deverá sair da câmara e tirar 20 minutos de intervalo em um ambiente de temperatura normal.

É importante ressaltar que se considera esse intervalo dentro do período de trabalho, ou seja é uma pausa durante sua jornada de trabalho e o trabalhador deve receber remuneração normal durante esse período.

QUEM TRABALHA EM CÂMARA FRIA TEM DIREITO A APOSENTADORIA ESPECIAL?

         Sim, os trabalhadores que atuam em contato com câmara fria, de qualquer natureza, poderão ter suas atividades reconhecidas como especiais.

         Para ter direito à aposentadoria especial, o trabalhador que atua em câmaras frias deve comprovar uma exposição habitual e permanente às baixas temperaturas.

         A aposentadoria especial é um benefício concedido ao trabalhador que exerce atividade exposta a agentes negativos à saúde, como é o caso da exposição a baixas temperaturas em câmaras frias.

        É importante ressaltar que o benefício de aposentadoria especial garante ao trabalhador uma redução no tempo de contribuição para a previdência social.

Assim, ela permite a aposentadoria com menos anos de trabalho do que o exigido para as outras modalidades de aposentadoria.

Por isso, o trabalhador em câmara fria pode se aposentar quando obtiver:

• 55 anos de idade + 15 anos de atividade especial em grau máximo de risco

• 58 anos de idade + 20 anos de atividade especial em grau médio de risco

• 60 anos de idade + 25 anos de atividade especial em grau mínimo de risco

        Para ambientes considerados insalubres em grau máximo, o tempo mínimo exigido é de 15 anos.Já para ambientes insalubres em grau médio, o tempo mínimo exigido é de 20 anos.Bem como, para insalubridade em grau mínimo, o tempo mínimo exigido é de 25 anos.


  

ALGUNS CUIDADOS QUE DEVEM SER TOMADOS NAS CÂMARAS FRIAS VISANDO O BEM-ESTAR DO TRABALHADOR


        Agora iremos abordar outro tema importante que são os cuidados que devem ser tomados nas câmaras frias para garantir uma boa manutenção em relação ao seu resfriamento, uma vez que se ela estiver fora da temperatura recomendada pode trazer danos à saúde do trabalhador.

Toda câmara fria possui uma capacidade de carga limitada. Ou seja, para que a câmara funcione adequadamente e consiga manter a temperatura estável e constante ao longo do tempo é preciso respeitar essa limitação técnica. Outra questão é a distribuição da carga dentro da câmara, que deve ser distribuída de forma a evitar bloqueios na circulação do ar e na troca de calor entre a carga e os ar. Sensores de temperatura, controladores de temperatura, medidores de pressão, válvulas de segurança, entre outros , são exemplos de instrumentos de medição que estão presentes nas câmaras frias.

Esses instrumentos de medição devem ser calibrados e os resultados da calibração devem ser analisados e aceitos. A calibração dos instrumentos deve ser realizada antes do uso da câmara e depois periodicamente dependendo do uso dela. A calibração deve ser realizada na faixa adequada e com padrões que garantam a rastreabilidade das medições. É fundamental seguir a Lei Nº 9.782, de 26/01/1999, criada pelo Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

As condições de instalação também podem gerar problemas no uso das câmaras frias. Não é recomendável instalar uma câmara muito próximo de cantos ou paredes, é preciso manter um espaço mínimo entre a câmara e qualquer parede. O nivelamento da câmara também é um fator muito importante para garantir o adequado funcionamento. Todas essas medidas são tomadas para garantir o bom funcionamento das câmaras frias e também o bem-estar do trabalhador que nelas atua. As verificações diárias e o preenchimento dos check list são formas de o trabalhador monitorar esta temperatura e saber que o ambiente está adequado para que ele realize suas atividades. Ao sinal de qualquer irregularidade deve acionar o time de manutenção da empresa para realizar os procedimentos necessários. Itens observados em checklist de câmaras frias :Checagem de temperatura, vedação das portas, organização e limpeza do local



COMO PREVENIR ACIDENTES EM CÂMARAS FRIAS



        A prevenção é a melhor maneira de evitar lesões pelo frio, assim que reconhecer o problema pelos seus sinais e sintomas: 

· Use roupas adequadas ao ambiente laboral, lembrando de considerar os EPIs.

· Use camadas para se agasalhar, adicionando ou retirando conforme a necessidade, pois deve-se evitar suar sob a roupa.

· Saiba onde tem acesso a uma sala de recuperação, e utilize das bebidas quentes (não alcoólicas)

· As empilhadeiras e similares com cabines isoladas e climatizadas.

· Todo gelo em excesso ou acumulado deve ser removido;

· Os colaboradores deverão estar clinicamente aptos e em acordo com a NR-07;

· Acesso controlado a recintos para evitar o trancamento acidental de pessoas em câmara;

· Deverá ter uma forma de comunicação com o espaço exterior;

· Saída de emergência sinalizada;

· Sistema de alarme interno e com reserva de energia;

· Iluminação de emergência devidamente inspecionada;

· Sempre efetuar inspeção da área antes do final do expediente e trancamento.




METODOLOGIA DA PESQUISA


       Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre acidentes de trabalho e exposição ocupacional ao frio.
          Segundo Lakatos & Marconi (2007) a pesquisa sempre parte de um tipo de problema, de uma interrogação. Partindo deste conceito proposto pelos autores buscou-se com esta pesquisa avaliar o comportamento dos colaboradores em relação ao uso de EPIs e como se dá a comunicação com a equipe de segurança da empresa quando reportam as suas necessidades e dificuldades para realizar atividades.

Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva(análise minuciosa do objeto de estudo )e  transversal (coleta de dados em um determinado momento no tempo para investigar a presença de um comportamento ou característica em uma população), realizada em duas empresas alimentícias localizadas na cidade de Araxá, cidade do estado de  Minas Gerais  onde foram analisadas as ocorrências de possíveis debilidades decorrentes do trabalho nas câmaras frias

A pesquisa foi feito através de um formulário com perguntas relacionadas a segurança e saúde com colaboradores que já trabalham nestas empresas há mais de dois anos e fazem o uso correto dos EPIs para suas funções( botina de segurança ,óculos de segurança ,casquete, protetor auricular tipo concha ,calça térmica ,japona térmica e luvas térmicas ,touca tipo balaclava de algodão ) entre os dias 18/11/2024 e 15/12/2024 , com as atividades sendo realizadas no turno de 16:00 a 00:00. Os resultados do formulário foram avaliados a partir da Norma Regulamentadora NR 6 (BRASIL, 1978), para discutir se os EPI’ s estão sendo usados de forma correta e se a empresa oferece os suportes necessários para que o colaborador execute suas atividades com segurança.

A primeira empresa é um laticínio onde se recebe a matéria prima(leite cru) e produz derivados do leite ,lá as câmaras frias são utilizadas para armazenamento de produtos resfriados - muçarela, manteiga e requeijão .No setor onde se fabrica muçarela temos uma atividade insalubre que é a retirada da muçarela das salmouras, logo no início do turno as 7:00 da manhã ,onde os colaboradores do setor tem que imergir os braços dentro do tanque de salga a uma temperatura de -12° C para a retirada das peças de aproximadamente 4 kg cada e levar a uma sala de secagem  onde ficarão em repouso até que seja feita a parte de embalagem e envio para a expedição para o cliente final.

 A segunda empresa trata-se de uma indústria de batatas fritas pré congeladas, onde as câmaras frias são utilizadas para armazenar as batatas já congeladas a uma temperatura de -8°C onde ficam até serem expedidas para o consumidor final .

A pesquisa foi feito através de um formulário com perguntas relacionadas à segurança e saúde com colaboradores que já trabalham nestas empresas e fazem o uso correto dos EPIs para suas funções (botina de segurança, óculos de segurança, casquete, protetor auricular tipo concha, calça térmica ,japona térmica e luvas térmicas ,touca tipo balaclava ) entre os dias 18/11/2024 e 15/12/2024 , com as atividades sendo realizadas no turno de 07:00 a 00:00. Os resultados do formulário foram avaliados a partir da Norma Regulamentadora NR 6 (BRASIL, 1978), e a ideia principal era discutir se os EPI’s estão sendo eficientes para prevenir danos aos colaboradores quando utilizados corretamente. 

Os colaboradores entrevistados relataram que fazem o uso correto dos EPIs e que são cobrados por seus superiores quando não os utilizam, com medidas que vão desde advertência verbal até a suspensão na função por um,dois ou três dias,de acordo com a gravidade da ocorrência.. Que são cobrados também para mantê-los limpos e íntegros, tendo sempre à disposição no almoxarifado quando é necessária a troca. .

Na segunda empresa são extremamente criteriosos com os check list de limpeza, temperatura e equipamentos e quando o colaborador não se sente à vontade para realizar determinada atividade seja por falta de treinamento ,EPI ou condição emocional, ele pode se utilizar de um formulário denominado direito de recusa onde preenche detalhando o porque de não realizar a atividade e a atividade só volta a ser realizada quando o que o coloca em risco for avaliado e minimizado/sanado.

80% dos colaboradores relataram que no início de suas contratações ao iniciar as atividades no ambiente frio sentiram desconforto ,resfriados, lábios trincados, dores de cabeça e nos membros inferiores mas que com o decorrer das atividades e o uso correto dos EPIs essas sensações deixaram de ocorrer e agora se sentem confortáveis ao realizar suas atividades. 

Ambas as empresas possuem ambientes com temperatura adequada(ambientes aquecidos) para os colaboradores ficarem após realizar as atividades no frio ,minimizando os impactos da atividade .

 Ressaltando a importância de se ter um bom e aberto relacionamento com o setor de segurança do trabalho ,um dos colaboradores relatou em um DDS que para realizar a atividade na salmoura eles fazem uso da luva térmica mas como tem que enfiar todo o braço no tanque para retirar a peça de dentro ,acabava entrando água gelada na luva e os dedos chegavam a ficar roxos de tão frios ,que como adaptação para atividade ser realizada sem danos aos colaboradores a empresa passou a fornecer luvas nitrílicas que cobrem praticamente todo o braço para ser utilizada por cima da luva térmica e contrataram mais colaboradores para a função então enquanto uma equipe faz o seu período de repouso em um ambiente aquecido ,a outra equipe continua a atividade utilizando sempre esse revezamento e uma das colaboradoras auxiliar de limpeza no setor de expedição da segunda empresa , relatou que está há aproximadamente dois anos na função e que percebe que ao entrar na¨ área fria ¨ da fábrica sente como se fosse choque nas pontas dos dedos e as mão incham ao término de suas atividades ,que estava utilizando apenas a luva de borracha mas que como medida preventiva passou a utilizar uma luva térmica por baixo e isso minimizou os inchaços e sensação de choque. 

As colaboradoras relataram que estavam sentindo suas peles e lábios ressecadas após as atividades e que após conversa com o setor de segurança foi autorizado o uso de hidratante para os lábios (manteiga de cacau incolor ) e creme hidratante para a pele (sem cheiro), uma vez que se trata de uma indústria alimentícia e não é permitido o uso de cosméticos com odor para não ter o perigo de transmitir a fragrância para ao alimento.

Em ambas as empresas os colaboradores relataram que realizam suas atividades de forma segura e compreendem a importância do uso correto dos EPIs para sua saúde e bem estar . 

ACIDENTES QUE VIRARAM NOTÍCAS 


De acordo com o site globo.com ,da cidade de Marília , funcionário de um frigorífico foi encontrado morto depois de um acidente na câmara fria do local, na madrugada desta segunda-feira (24), no bairro Mary Dota, em Bauru (SP). A identidade da vítima não foi divulgada.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, as buscas que tiveram início às 6h da manhã desta segunda-feira prosseguiram até por volta de 13h30, quando o corpo do funcionário foi retirado do local.

Segundo o departamento de recursos humanos da empresa, a porta da câmara fria estava obstruída com vários pacotes de carne que desabaram de uma altura de sete metros, por volta das 2h. Com o tombamento, o colaborador ficou preso em meio às caixas e não resistiu aos ferimentos. A Polícia disse que cada caixa pesa 30 quilos. A causa da morte ainda será investigada.


No site da Central Única dos Trabalhadores a CUT ,foi retratada a falta de manutenção de equipamento e a negligência de empresas do ramo alimentício fizeram mais uma vítima no Brasil. Desta vez, um trabalhador de 43 anos, da BRF Brasil Foods morreu após ficar preso por horas dentro de um frigorifico a 18ºC negativos.

Segundo informações dos trabalhadores da BRF Foods, uma parede de pallets caiu em frente à porta da câmara frigorífica e o trabalhador não conseguiu sair do local, ficando preso. Além desse trabalhador, outro funcionário também ficou preso, mas ele conseguiu fugir e foi socorrido com ferimentos leves, de acordo com o Corpo de Bombeiros. O caso aconteceu em Embu das Artes, em São Paulo, na última quinta-feira (15).

Para Josimar Cecchin, presidente da Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação (Contac), trabalhadores e trabalhadoras vivenciam acidentes como esse diariamente nas empresas devido à ausência de segurança e equipamentos adequados.

“Para casos como esses não ocorrerem, primeiro, precisamos de manutenção dos equipamentos, pois estamos vivenciando acidentes fatais quase que diariamente, além de acidentes que hospitalizam centenas de trabalhadores diariamente com vazamentos de Amônia. Segundo, é preciso treinamento para que operadores tenham condições de trabalhar sem arriscar as vidas desses profissionais, por estarem despreparados”, diz o dirigente.

O acidente lembra as lutas e reivindicação dos sindicatos, federações e confederações de trabalhadores nas indústrias de alimentos sobre a necessidade de manutenção adequada dos equipamentos de segurança para não colocar em risco a vida do trabalhador.

Segundo Paulo Madeira, presidente do Sindicato e da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação do Rio Grande do Sul (FTIA-RS), casos como esse têm sido um problema recorrente e acontecem porque as empresas obrigam os trabalhadores a trabalhar em lugares perigosos sem nenhuma condição de segurança.

“A pessoa quando vai entrar num lugar que é perigoso, alguém tem que ficar para o lado de fora. As empresas mandam os trabalhadores fazerem o serviço que não tem a ver com sua função, e daí colocam as pessoas sob risco”, afirma o dirigente.
Madeira ressalta que o setor precisa de fiscalização. “Sem fiscalização não vai resolver isso ainda e precisamos de auditores fiscais para fazer investigação das empresas”.

Sobre as reivindicações dos trabalhadores nas indústrias da alimentação, o presidente da Contac alerta que as empresas precisam dar as mínimas condições para preservarmos a saúde, a segurança e a qualidade de trabalho.


Um trabalhador de uma empresa de produtos alimentícios, com unidade em Belo Horizonte, receberá indenização por danos morais, no valor de R$ 15 mil, após prestar serviço por cerca de 10 anos em câmara fria e adquirir doença ocupacional relacionada ao trabalho. A decisão é do juiz da Vara do Trabalho de Ubá, David Rocha Koch Torres.

O profissional sustentou que as atividades exercidas na empresa, em câmaras frias, acarretaram enfermidade de natureza respiratória, acompanhada de incapacidade laborativa. A situação foi confirmada pela perícia médica, que concluiu que o autor da ação é portador de asma crônica relacionada ao trabalho. “Existe restrição parcial da capacidade laboral para as atividades que exercia, notadamente exposição a variações extremas de temperatura”, diz o laudo,notícia do portal TRT Jus ,em 16/04/2024.






        








Conclusão

Com a elaboração deste trabalho pude concluir que o uso de EPIs para realizar as atividades em câmaras frias são de extrema importância, já que se trata de uma atividade insalubre e que se não for realizada corretamente pode causar sérios danos à saúde do trabalhador.
     Que temos uma norma que trata sobre esse assunto (NR 36) , que é imprescindível para os trabalhadores da área para que possam sempre consultar e saber através dela quais são seus direitos e responsabilidades .

Tratamos sobre a responsabilidade da empresa em fornecer não só os EPIs para os colaboradores mas também o treinamento adequado para que ele possa utilizá-los de forma correta e a importância de estar sempre fazendo a atividade com atenção ás sinalizações visuais e sonoras do local.

   Foi vista também a importância de ter uma comunicação com a gestão direta e a equipe de segurança do trabalho, onde o colaborador tem a liberdade e responsabilidade de relatar as dificuldades que está encontrando na realização de suas atividades para o profissional responsável para que seja feito um estudo e modificação ou dos EPÌs para aquela atividade ou do procedimento executado visando sempre o bem-estar e a saúde do colaborador.

Entendi que o treinamento fornecido ao colaborador pela empresa, os recursos necessários para que ele execute as atividades e a sua própria visão de responsabilidade consigo e com o próximo

 pode evitar danos e lesões irreversíveis e até mesmo salvar vidas.

Recordo-me de uma frase que ouvi outrora em uma palestra que dizia: O funcionário não é apenas um funcionário ele é o amor da vida de alguém, ou seja, alguém está em casa aguardando ansioso pela sua chegada, seja esposa, filhos, os seus pais ,todos esperando que você retorne de forma íntegra, da mesma forma que saiu (sem problemas de saúde ,sem a perda de um dos membros, por exemplo) então cabe a esse colaborador realizar suas atividades de forma segura e relatar alguma condição adversa para que seja avaliadas as possibilidades de minimizar ou eliminar os riscos e retornar seguro para casa.

Em conclusão, é um direito do trabalhador receber o adicional de insalubridade por trabalhar em câmara fria.

Infelizmente, muitos empregadores negligenciam essa obrigação, o que acaba prejudicando o trabalhador, que perde dinheiro por ausência de pagamento.

É importante ressaltar que a ausência do pagamento do adicional de insalubridade pode gerar sérios problemas para a saúde do trabalhador, bem como para a sua qualidade de vida.

Para resolver essa situação, é recomendável buscar ajuda de um advogado trabalhista especialista, que pode orientar o trabalhador sobre os seus direitos e como proceder para reivindicá-los.



Referências

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. Disponível em: .Disponível em : Lakatos, E.M.; Marconi, M.A. (2007) Técnicas de Pesquisa. São Paulo. Editora Atlas. . Acesso em: 28 jan. 2025 .

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