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KAROLAINE FLORENÇO DA SILVA

A Experiência do Cliente na Jornada de Compra de Imóveis: Desafios e Melhorias

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A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE NA JORNADA DE COMPRA DE IMÓVEIS: desafios e melhorias

Centro de Profissionalização e Educação Técnica

A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE NA JORNADA DE COMPRA DE IMÓVEIS desafios e melhorias

KAROLAINE FLORENÇO DA SILVA

Orientador: Adriana Morais

Coorientador: Marcia Cristiane Oliveira

Resumo


A experiência do cliente no mercado imobiliário brasileiro desempenha um papel central na satisfação e fidelização dos consumidores, especialmente em um setor caracterizado por sua complexidade e especificidades regionais. Este estudo tem como objetivo analisar os desafios e propor estratégias para melhorar a jornada de compra de imóveis, considerando fatores emocionais, tecnológicos e mercadológicos. A pesquisa é fundamentada em um levantamento bibliográfico com abordagem qualitativa, explorando conceitos-chave, como personalização do atendimento e impacto da tecnologia no processo decisório. A justificativa para o tema reside na relevância social e econômica do mercado imobiliário, que influencia diretamente a qualidade de vida e os padrões de consumo dos brasileiros. A complexidade da jornada de compra, permeada por barreiras como burocracia, acesso limitado a informações e dificuldades financeiras, torna essencial a identificação de práticas que otimizem a experiência do cliente. Além disso, o uso de ferramentas tecnológicas, como realidade virtual e marketing digital, emerge como uma tendência promissora para aumentar a eficiência e a confiança nas transações. Como resultado, o estudo destaca a importância de integrar tecnologia, transparência e personalização no atendimento, promovendo uma experiência mais satisfatória e diferenciada. Essas ações são indispensáveis para fortalecer a competitividade e o crescimento sustentável do setor.

Palavras-chave: Experiência do cliente, mercado imobiliário, jornada de compra

Abstract

The customer experience in the Brazilian real estate market plays a central role in consumer satisfaction and loyalty, especially in a sector characterized by its complexity and regional specificities. This study aims to analyze the challenges and propose strategies to improve the real estate purchasing journey, considering emotional, technological and marketing factors. The research is based on a bibliographic survey with a qualitative approach, exploring key concepts, such as personalized service and the impact of technology on the decision-making process. The justification for the theme lies in the social and economic relevance of the real estate market, which directly influences the quality of life and consumption patterns of Brazilians. The complexity of the purchasing journey, permeated by barriers such as bureaucracy, limited access to information and financial difficulties, makes it essential to identify practices that optimize the customer experience. In addition, the use of technological tools, such as virtual reality and digital marketing, emerges as a promising trend to increase efficiency and trust in transactions. As a result, the study highlights the importance of integrating technology, transparency and personalization in customer service, promoting a more satisfactory and differentiated experience. These actions are essential to strengthen the competitiveness and sustainable growth of the sector.

Keywords: Customer experience, real estate market, purchasing journey.

Introdução

A experiência do cliente tornou-se um elemento central na estratégia de negócios de diversos setores, incluindo o mercado imobiliário. No contexto contemporâneo, marcado por um consumidor mais informado e exigente, compreender e otimizar a jornada de compra de imóveis é essencial para garantir a satisfação e a fidelização. Segundo Augusti (2023), a experiência do cliente é um fator determinante para a diferenciação competitiva e a geração de valor, especialmente em mercados de alta concorrência como o imobiliário. Essa abordagem exige que as empresas não apenas atendam às necessidades imediatas do consumidor, mas também antecipem expectativas e proporcionem experiências memoráveis em todas as interações.

No mercado imobiliário, a jornada do cliente é caracterizada por sua complexidade, envolvendo aspectos emocionais, financeiros e burocráticos. Estudos recentes destacam que o uso de tecnologias emergentes, como a realidade virtual, tem se mostrado uma ferramenta eficaz para melhorar a experiência do cliente, oferecendo maior transparência e segurança ao longo do processo decisório (OLIVEIRA et al., 2023). Contudo, desafios relacionados à adaptação tecnológica e à personalização do atendimento ainda representam obstáculos significativos para muitas imobiliárias e corretores, que precisam equilibrar inovação com a humanização do relacionamento com os clientes.

Além disso, a aplicação de modelos como os cinco As — Atenção, Atração, Argumentação, Ação e Apologia — têm contribuído para o planejamento estratégico de marketing no setor imobiliário. De acordo com Da Silva Santana e Ardigó (2023), esse modelo permite um melhor entendimento das etapas da jornada de compra, possibilitando a construção de estratégias mais eficazes para pequenas e médias construtoras. Assim, integrar práticas de marketing digital com um atendimento consultivo e empático é essencial para superar barreiras e melhorar a experiência do consumidor.

Por fim, o mercado imobiliário brasileiro apresenta particularidades que influenciam diretamente a jornada de compra, como a diversidade regional e os fatores socioeconômicos. Estudos de caso, como o de Mutti et al. (2013) em Florianópolis, mostram que, embora existam avanços significativos na profissionalização do setor, ainda há um longo caminho a ser percorrido para garantir um atendimento de alta qualidade e alinhado às expectativas dos clientes. Portanto, entender os desafios e propor melhorias na experiência do cliente ao longo da jornada de compra de imóveis é uma necessidade estratégica para o setor, visando consolidar uma relação de confiança e agregar valor ao processo.

1.1 OBJETIVOS

 

1.1.1 Objetivo geral

 

Analisar os desafios e propor estratégias de melhoria para a experiência do cliente ao longo da jornada de compra de imóveis, considerando aspectos emocionais, tecnológicos e mercadológicos, com vistas a otimizar a satisfação e fidelização no setor imobiliário.

 

1.1.2 Objetivos específicos

 

I. Identificar as principais etapas da jornada de compra de imóveis e os pontos críticos que impactam negativamente a experiência do cliente;

II. Avaliar a influência de ferramentas tecnológicas, como realidade virtual e plataformas digitais, na otimização da experiência do cliente;

III. Propor estratégias práticas e inovadoras para aprimorar a personalização e a qualidade do atendimento no setor imobiliário.

 

I.2 METODOLOGIA

A metodologia adotada para este estudo é fundamentada em um levantamento bibliográfico, de natureza descritiva e com abordagem qualitativa dos dados. O levantamento bibliográfico foi conduzido a partir de fontes acadêmicas e técnicas, como artigos científicos, livros e publicações especializadas, que abordam a experiência do cliente, a jornada de compra de imóveis e as peculiaridades do mercado imobiliário. Autores como Augusti (2023), Oliveira et al. (2023) e Da Silva Santana e Ardigó (2023) forneceram os principais referenciais teóricos e analíticos que embasam este trabalho, permitindo uma análise aprofundada e contextualizada do tema.

A natureza descritiva do estudo visa detalhar e compreender os fenômenos relacionados à experiência do cliente na jornada de compra de imóveis. Para tanto, busca-se identificar e apresentar os desafios enfrentados pelos consumidores e as possíveis melhorias que podem ser implementadas ao longo do processo de compra. Essa abordagem permite explorar, de maneira sistemática, os aspectos emocionais, tecnológicos e mercadológicos que influenciam a percepção e a satisfação do cliente, bem como avaliar as práticas correntes no mercado imobiliário brasileiro.

A abordagem qualitativa dos dados possibilita uma análise interpretativa e contextual, privilegiando o entendimento das dinâmicas subjetivas e interacionais que permeiam a jornada de compra de imóveis. Em vez de mensurar quantitativamente os fenômenos, este estudo concentra-se na compreensão dos significados atribuídos pelos clientes às suas experiências, considerando as etapas do processo de compra, as interações com corretores e imobiliárias, e o impacto de tecnologias inovadoras. Essa perspectiva qualitativa é essencial para 

captar a complexidade e a singularidade das experiências vividas pelos consumidores no mercado imobiliário.

Por meio dessa metodologia, o trabalho busca integrar teoria e prática, fornecendo subsídios para a formulação de estratégias que contribuam para a melhoria da experiência do cliente no setor imobiliário. A combinação do levantamento bibliográfico com a análise descritiva e qualitativa dos dados possibilita uma abordagem abrangente e crítica, alinhada aos objetivos propostos pelo estudo.

 

1.3 JUSTIFICATIVA

 

A experiência do cliente é um tema de crescente relevância no ambiente empresarial, especialmente em mercados complexos e de alto impacto econômico, como o setor imobiliário. A escolha deste tema justifica-se pela necessidade de compreender e aprimorar a jornada de compra de imóveis, um processo que envolve fatores emocionais, financeiros e tecnológicos, e que exerce influência direta na satisfação e fidelização do consumidor. Como destaca Augusti (2023), proporcionar uma experiência positiva ao cliente não apenas fortalece a relação entre empresas e consumidores, mas também contribui para a competitividade organizacional, sendo um diferencial essencial em setores altamente concorridos.

Sob a perspectiva social, o estudo é relevante por abordar um mercado que impacta diretamente a qualidade de vida das pessoas, já que a aquisição de imóveis é uma decisão significativa tanto no aspecto econômico quanto no emocional. Muitos consumidores enfrentam dificuldades em relação à transparência, agilidade e personalização no atendimento ao longo da jornada de compra. Oliveira et al. (2023) destacam que o uso de tecnologias, como a realidade virtual, pode transformar a experiência do cliente, reduzindo incertezas e promovendo maior confiança no processo decisório. Assim, compreender como essas ferramentas podem ser integradas ao atendimento imobiliário é essencial para proporcionar mais segurança e acessibilidade aos consumidores.

Do ponto de vista acadêmico, este estudo contribui para o aprofundamento teórico e prático sobre a experiência do cliente no mercado imobiliário, um tema que, embora emergente, ainda carece de maior sistematização e debate na literatura. Da Silva Santana e Ardigó (2023) demonstram que modelos analíticos, como os cinco As, são ferramentas úteis para planejar estratégias de marketing e atendimento em pequenas e médias empresas do setor imobiliário. A aplicação de tais modelos à realidade brasileira pode gerar insights valiosos para o desenvolvimento de práticas inovadoras e eficazes, beneficiando tanto a academia quanto o mercado.

Além disso, a relevância do estudo estende-se ao campo da gestão e dos negócios. Matos e Bartkiw (2013) afirmam que o mercado imobiliário apresenta características peculiares que exigem uma abordagem personalizada e estratégica para lidar com os desafios da intermediação e venda de imóveis. Ao investigar a jornada de compra e propor melhorias na experiência do cliente, este trabalho contribui para a formação de profissionais mais capacitados e conscientes de seu papel na construção de relações de confiança com os consumidores.

Desenvolvimento

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SOBRE A EXPERIÊNCIA DO CLIENTE

Este capítulo aborda os conceitos fundamentais e o embasamento teórico necessário para compreender a experiência do cliente no contexto imobiliário. A experiência do cliente é um tema amplamente discutido no cenário contemporâneo, sobretudo no mercado imobiliário, onde as interações entre consumidores e empresas têm impacto significativo no sucesso das transações. Este capítulo tem como objetivo explorar os fundamentos teóricos que sustentam a importância da experiência do cliente, analisando sua definição, relevância no mercado contemporâneo e contribuição como diferencial competitivo no setor imobiliário. Autores como Martins e Marques (2015), Augusti (2023) e Oliveira et al. (2023) oferecem contribuições valiosas para a compreensão desse tema, enfatizando a necessidade de personalização e inovação no atendimento.

 

 Conceito de EXPERIÊNCIA do cliente

A experiência do cliente é definida como o conjunto de percepções, emoções e interações que o consumidor vivencia ao longo de sua jornada de compra. Segundo Martins e Marques (2015), essa experiência é moldada por múltiplos fatores, incluindo o atendimento, a transparência nas informações e o suporte prestado antes, durante e após a transação. Para Augusti (2023), a experiência do cliente vai além da simples prestação de serviços, abrangendo uma abordagem holística que busca atender às expectativas e criar momentos memoráveis. No mercado imobiliário, onde decisões são frequentemente baseadas em aspectos emocionais e financeiros, oferecer uma experiência positiva pode ser determinante para conquistar a confiança do consumidor.

No contexto atual, caracterizado por consumidores mais exigentes e informados, a experiência do cliente assume um papel central no sucesso das organizações. Como apontado por Oliveira et al. (2023), o mercado imobiliário tem adotado ferramentas tecnológicas para enriquecer a experiência dos consumidores, como o uso de realidade virtual, que permite a visualização detalhada de imóveis mesmo à distância. Esse tipo de inovação facilita o processo decisório e reduz as incertezas associadas às transações, ampliando a percepção de valor por parte dos clientes.

Além disso, a experiência do cliente tem sido reconhecida como um diferencial competitivo essencial no mercado imobiliário. Conforme observado por Augusti (2023), empresas que investem na experiência do cliente conseguem criar um vínculo emocional com seus consumidores, o que favorece a fidelização e a recomendação de seus serviços. Essa perspectiva é corroborada por Da Silva Santana e Ardigó (2023), que destacam que, no setor imobiliário, a personalização do atendimento e a capacidade de entender as necessidades do cliente são fundamentais para se destacar em um mercado saturado.

A literatura também enfatiza a importância da jornada do consumidor na construção de uma experiência positiva. Segundo Matos e Bartkiw (2013), a jornada de compra de imóveis é complexa e envolve múltiplas interações, desde a busca inicial até a assinatura do contrato. O sucesso dessa jornada depende de como as empresas gerenciam cada etapa, garantindo um atendimento eficaz e empático. A experiência do cliente, nesse contexto, é moldada tanto por fatores racionais, como a clareza nas informações, quanto por fatores emocionais, como o sentimento de segurança e acolhimento durante o processo.

Um ponto de destaque na discussão teórica é a aplicação de modelos como os cinco As – Atenção, Atração, Argumentação, Ação e Apologia – na análise da experiência do cliente. De acordo com Da Silva Santana e Ardigó (2023), esse modelo é particularmente útil para planejar estratégias de marketing digital no setor imobiliário, permitindo às empresas mapear e aprimorar os pontos de contato com os consumidores. A aplicação de estratégias baseadas nos cinco As pode não apenas melhorar a experiência do cliente, mas também aumentar a eficiência das transações e a percepção de valor pelo consumidor.

Outro aspecto relevante é a influência da localização e das características do mercado imobiliário sobre a experiência do cliente. Estudos como os de Mutti et al. (2013) e Carvalho e Cavalheiro (2022) mostram que fatores como preços, infraestrutura urbana e condições socioeconômicas locais impactam diretamente a percepção do cliente em relação à jornada de compra. Em mercados com grande variabilidade, como o brasileiro, as empresas precisam adaptar suas estratégias para atender às demandas específicas de cada região, garantindo que a experiência do cliente seja consistente e positiva.

Ademais, o uso de tecnologias emergentes tem se mostrado uma ferramenta poderosa para aprimorar a experiência do cliente. Oliveira et al. (2023) destacam que a realidade virtual e outras inovações tecnológicas permitem uma interação mais imersiva com os imóveis, reduzindo o tempo de decisão e aumentando a confiança do consumidor. No entanto, como ressaltado por Kawahara (2024), a implementação dessas tecnologias exige investimentos significativos e a capacitação dos profissionais, representando um desafio para pequenas e médias empresas do setor.

Além da tecnologia, a transparência e a personalização do atendimento continuam sendo pilares fundamentais da experiência do cliente no mercado imobiliário. Martins e Marques (2015) apontam que os consumidores valorizam empresas que demonstram compromisso com a ética e a clareza nas negociações. Essa abordagem é particularmente importante em um mercado onde a confiança desempenha um papel central no processo de decisão.

A análise da experiência do cliente no mercado imobiliário também inclui a avaliação dos modelos de preços hedônicos, que consideram fatores como localização, infraestrutura e características do imóvel na formação de preços. Segundo Fávero e Luppe (2006), esses modelos não apenas auxiliam na precificação justa, mas também contribuem para melhorar a percepção do cliente sobre o valor do imóvel, reforçando a transparência e a confiança nas transações.

Por fim, Sousa Filho e Arraes (2004) destacam que a demanda no mercado imobiliário urbano é influenciada por múltiplos fatores, como políticas habitacionais e mudanças na estrutura econômica. Compreender essas dinâmicas é essencial para que as empresas do setor possam antecipar tendências e adaptar suas estratégias, oferecendo uma experiência mais alinhada às expectativas dos consumidores.

Concluindo, a experiência do cliente no mercado imobiliário é moldada por uma combinação de fatores emocionais, tecnológicos e mercadológicos. Investir em estratégias que valorizem a personalização, a transparência e a inovação tecnológica é essencial para que as empresas do setor se destaquem e promovam relações duradouras com seus clientes. A literatura destaca que uma abordagem centrada no cliente não é apenas uma tendência, mas uma necessidade estratégica para o sucesso no mercado imobiliário contemporâneo.

JORNADA DE COMPRA DE IMÓVEIS 

A jornada de compra de imóveis é um processo complexo e multifacetado, que se desdobra em diversas etapas fundamentais para o consumidor. Segundo Mutti et al. (2013), esse percurso pode ser dividido em três fases principais: descoberta, consideração e decisão. Essas etapas refletem a evolução do consumidor desde a identificação de uma necessidade ou desejo até a escolha e aquisição do imóvel, sendo influenciadas por fatores emocionais, financeiros e comportamentais que determinam a experiência e a percepção do cliente ao longo do processo.

Na etapa de descoberta, o cliente reconhece sua necessidade de adquirir um imóvel, que pode ser motivada por mudanças familiares, profissionais ou pelo desejo de investir. Esse momento inicial é caracterizado pela busca por informações e o levantamento de alternativas disponíveis no mercado. De acordo com Carvalho e Cavalheiro (2022), a transparência nas informações fornecidas por imobiliárias e corretores é essencial para que o consumidor se sinta seguro para prosseguir. O uso de tecnologias, como portais online e ferramentas de marketing digital, tem se mostrado fundamental para facilitar o acesso a informações e atrair clientes nessa fase.

A consideração é a etapa em que o consumidor avalia as opções disponíveis, comparando imóveis com base em critérios como localização, preço, condições de pagamento e características específicas. Estudos como o de Sampaio et al. (2023) destacam a importância de fatores locais, como infraestrutura urbana e proximidade de serviços essenciais, na decisão de compra. Além disso, aspectos comportamentais, como a percepção de valor e a confiança na imobiliária, desempenham papel crucial nessa fase. Nessa perspectiva, a personalização do atendimento é uma estratégia importante para ajudar o cliente a fazer escolhas alinhadas às suas expectativas.

Na etapa de decisão, o cliente finaliza sua escolha e inicia o processo de negociação e aquisição. Essa fase exige um atendimento ágil e transparente, além de suporte técnico e jurídico para garantir a segurança da transação. Kawahara (2024) enfatiza que, em mercados desafiadores, como o imobiliário em áreas de menor renda, a confiança no promotor imobiliário é decisiva para que o cliente sinta-se confortável em concluir a compra. O marketing digital também desempenha um papel importante ao reforçar a credibilidade das empresas, como apontado por Santos Dias et al. (2022), que destacam o uso de mídias sociais e campanhas de engajamento como ferramentas para fortalecer a relação com os consumidores.

Os fatores que influenciam a jornada de compra de imóveis podem ser classificados em emocionais, financeiros e comportamentais. No aspecto emocional, a compra de um imóvel é frequentemente associada a sentimentos de realização pessoal, segurança e estabilidade. Almeida (2023) observa que o apelo emocional deve ser tratado com sensibilidade pelas imobiliárias, que devem equilibrar a objetividade técnica com uma abordagem humanizada. Aspectos financeiros, por sua vez, como preços, taxas de juros e condições de financiamento, desempenham um papel determinante na decisão de compra, exigindo clareza e flexibilidade por parte das empresas.

Fatores comportamentais, como o estilo de vida e as prioridades do cliente, também influenciam significativamente a jornada de compra. Conforme Diogo (2023), entender o comportamento do consumidor é fundamental para ajustar a abordagem de marketing e o posicionamento das empresas no mercado. Isso inclui o uso de tecnologias disruptivas, como a construção modular, que oferece uma jornada de cliente mais ágil e eficiente, conforme destacado por De Oliveira (2022). Essas inovações permitem uma melhor adequação às expectativas do consumidor moderno, que valoriza conveniência e eficiência em todas as etapas da jornada.

Além disso, os modelos de preços hedônicos, como os apresentados por Fávero e Luppe (2006) e Sousa Filho e Arraes (2004), destacam a importância de fatores como localização, infraestrutura e características do imóvel na percepção de valor pelo cliente. Esses modelos auxiliam na precificação justa e transparente, contribuindo para a confiança e satisfação do consumidor. No entanto, a aplicação desses modelos deve ser combinada com um atendimento empático e personalizado, capaz de atender às necessidades individuais de cada cliente.

A jornada de compra de imóveis também está inserida em um contexto de transformações tecnológicas e de marketing. Segundo Santos Dias et al. (2022), o marketing digital tem revolucionado o setor imobiliário, permitindo uma comunicação mais direta e personalizada com os consumidores. Campanhas em redes sociais, anúncios segmentados e visitas virtuais são exemplos de como as empresas têm utilizado a tecnologia para melhorar a experiência do cliente e otimizar a jornada de compra. No entanto, é necessário cuidado para que essas inovações não substituam a interação humana, essencial para criar laços de confiança.

 

ASPECTOS PSICOLÓGICOS E COMPORTAMENTAIS DO CONSUMIDOR IMOBILIÁRIO

O comportamento do consumidor imobiliário é influenciado por uma série de aspectos psicológicos que moldam suas decisões e percepções ao longo do processo de compra. A aquisição de um imóvel é um evento significativo, que envolve fatores emocionais, financeiros e sociais, tornando o processo de tomada de decisão complexo e multifacetado. Diferentemente de outras transações de consumo, a compra de imóveis é frequentemente associada a sentimentos de estabilidade, realização pessoal e segurança, o que coloca o consumidor em um estado emocional de alta sensibilidade. Esse contexto exige que corretores e imobiliárias desenvolvam abordagens empáticas e técnicas para lidar com as necessidades e expectativas de cada cliente.

O processo de tomada de decisão do consumidor imobiliário pode ser dividido em várias etapas, que incluem o reconhecimento da necessidade, a busca por informações, a avaliação de alternativas, a decisão de compra e o comportamento pós-compra. Durante essas fases, o consumidor é influenciado por aspectos racionais, como localização, preço e condições de financiamento, mas também por fatores emocionais, como a afinidade com o imóvel e o impacto que a compra terá em sua vida pessoal e familiar. Em um mercado caracterizado pela ampla oferta e diversidade de opções, as empresas precisam compreender que a tomada de decisão não é apenas um processo lógico, mas também subjetivo, envolvendo a interação de múltiplas variáveis.

A percepção de valor desempenha um papel central no comportamento do consumidor imobiliário. Essa percepção não se limita ao preço do imóvel, mas engloba aspectos como a qualidade da construção, a infraestrutura da região, a segurança e a acessibilidade. O consumidor tende a avaliar o imóvel com base em como ele atende às suas necessidades e desejos, e não apenas no custo-benefício objetivo. Corretores e imobiliárias que conseguem destacar os atributos que agregam valor ao imóvel — como proximidade a escolas, transporte público e áreas de lazer — são mais propensos a conquistar a confiança e a preferência do cliente. Nesse contexto, a transparência nas negociações é fundamental para construir uma percepção positiva e reforçar a sensação de segurança.

Outro aspecto crucial é a relação de confiança entre consumidores, corretores e imobiliárias. A confiança é construída por meio de interações honestas, informações claras e um acompanhamento consistente durante toda a jornada de compra. Quando o cliente percebe que o corretor ou a imobiliária estão alinhados com seus interesses, é mais provável que ele se sinta à vontade para prosseguir com a negociação. A falta de confiança, por outro lado, pode levar à hesitação ou até mesmo ao abandono do processo de compra. Empresas que investem em atendimento consultivo e personalizado têm maior probabilidade de criar vínculos de longo prazo com seus clientes, promovendo tanto a fidelização quanto a recomendação.

 

EXPERIÊNCIA DO CLIENTE NO SETOR DE TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

O setor imobiliário apresenta particularidades que o diferenciam significativamente de outros mercados, tanto pela complexidade das transações quanto pela natureza do produto oferecido. Conforme Matos e Bartkiw (2013), imóveis não são bens de consumo corriqueiro, mas bens duráveis que envolvem decisões de alto valor financeiro e emocional. Essa singularidade exige um atendimento altamente personalizado, que considere as características individuais de cada cliente e o contexto socioeconômico em que está inserido. Além disso, o processo de aquisição de imóveis é longo e envolve etapas burocráticas que requerem suporte constante por parte dos profissionais do setor.

Ao contrário de mercados de bens de consumo rápido, em que a experiência do cliente se concentra na rapidez e na conveniência, no mercado imobiliário, o foco está em aspectos como confiança, transparência e segurança. Como observa Augusti (2023), as transações imobiliárias dependem de relações de longo prazo e de interações interpessoais consistentes, o que torna o papel do corretor e da imobiliária essencial para proporcionar uma experiência satisfatória. Um atendimento que equilibre eficiência técnica com empatia é fundamental para atender às expectativas dos consumidores e construir relações duradouras.

A personalização do atendimento é um dos pilares da experiência do cliente no setor imobiliário. Segundo Martins e Marques (2015), compreender as necessidades, desejos e restrições financeiras de cada consumidor é essencial para oferecer soluções adequadas e alinhadas às suas expectativas. Esse atendimento consultivo vai além de apresentar opções de imóveis; envolve também o esclarecimento de dúvidas, o acompanhamento em negociações e a assistência durante os trâmites legais. A capacidade de antecipar as necessidades dos clientes e apresentar alternativas que agreguem valor ao processo é um diferencial competitivo para corretores e imobiliárias.

O atendimento consultivo também se destaca como uma estratégia indispensável para superar os desafios do setor imobiliário, especialmente em um mercado caracterizado pela intensa concorrência e pela crescente digitalização. Da Silva Santana e Ardigó (2023) destacam que a integração de estratégias de marketing digital com um atendimento humanizado permite alcançar diferentes perfis de consumidores, potencializando a fidelização. No entanto, o elemento humano permanece essencial, pois o cliente valoriza a interação direta e a confiança construída ao longo do processo de compra.

A experiência do cliente no setor imobiliário também tem sido impactada por inovações tecnológicas, como o uso de realidade virtual e visitas online. Oliveira et al. (2023) destacam que essas ferramentas têm facilitado a jornada de compra, permitindo que os clientes explorem opções de imóveis de maneira mais imersiva e eficiente. No entanto, a implementação dessas tecnologias deve ser acompanhada de um atendimento personalizado, pois, apesar de melhorarem a conveniência, elas não substituem o papel consultivo dos corretores e das imobiliárias.

Além disso, o mercado imobiliário exige uma atenção especial às características locais. Estudos como os de Carvalho e Cavalheiro (2022) e Sampaio et al. (2023) mostram que fatores como infraestrutura urbana, segurança e valorização da região têm grande influência na percepção do cliente sobre o valor do imóvel. Corretores e imobiliárias que demonstram profundo conhecimento sobre o mercado local têm maior capacidade de atender às expectativas dos consumidores, criando uma experiência mais positiva e assertiva.

Outra particularidade do mercado imobiliário é a necessidade de lidar com a complexidade das negociações e a burocracia envolvida nas transações. Segundo Mutti et al. (2013), muitos consumidores se sentem desmotivados ou inseguros diante dos desafios burocráticos e legais associados à aquisição de imóveis. Nesse cenário, o papel do corretor como facilitador do processo ganha destaque, pois sua expertise ajuda a simplificar etapas e a esclarecer dúvidas, promovendo uma experiência mais tranquila para o cliente.

O aspecto emocional também não pode ser ignorado no setor imobiliário. A compra de um imóvel representa, para muitos, a realização de sonhos e metas de vida. Como observa Kawahara (2024), o corretor deve estar preparado para lidar com as expectativas emocionais dos consumidores, especialmente em mercados desafiadores, como áreas de baixa renda ou regiões em desenvolvimento. A empatia e a capacidade de entender os desejos mais profundos do cliente são habilidades indispensáveis para oferecer um atendimento verdadeiramente consultivo.

Outro ponto relevante é o impacto da precificação no mercado imobiliário. Fávero e Luppe (2006) destacam que a formação de preços no setor é complexa e depende de fatores como localização, infraestrutura e condições do imóvel. Modelos de preços hedônicos, como o de Sousa Filho e Arraes (2004), podem auxiliar na definição de valores justos, contribuindo para a transparência e a confiança no processo de compra. A precificação correta também influencia diretamente a percepção do cliente sobre a experiência, especialmente em mercados competitivos.

A experiência do cliente no setor imobiliário é moldada por uma combinação de fatores técnicos, emocionais e comportamentais, que tornam o atendimento consultivo e personalizado indispensável. Como apontado por Augusti (2023), investir na experiência do cliente não é apenas uma estratégia para aumentar a satisfação e a fidelização, mas também uma necessidade para garantir a sustentabilidade e o sucesso das empresas no mercado imobiliário. Corretores e imobiliárias que compreendem as particularidades do setor e priorizam o cliente em todas as etapas do processo têm maior chance de se destacar em um mercado dinâmico e competitivo.








ANÁLISE DA JORNADA DE COMPRA NO MERCADO IMOBILIÁRIO

O mercado imobiliário brasileiro apresenta uma jornada de compra marcada por especificidades que refletem tanto a complexidade das transações quanto as particularidades socioeconômicas do país. A jornada do cliente nesse contexto envolve múltiplas etapas que vão desde a busca inicial por informações até a efetivação da compra, passando por interações com corretores, imobiliárias e plataformas digitais. No entanto, esse processo é frequentemente permeado por desafios e barreiras, como a burocracia excessiva, a falta de transparência nas negociações, dificuldades financeiras e a escassez de atendimento personalizado. Este capítulo analisa como esses fatores influenciam a experiência do consumidor, destacando as principais dificuldades enfrentadas pelos clientes e as oportunidades para aprimorar sua jornada de compra. Além disso, busca-se compreender como a integração de novas tecnologias e estratégias de atendimento pode contribuir para superar essas barreiras e otimizar a relação entre clientes e empresas no mercado imobiliário.

 

3.1 O MERCADO IMOBILIÁRIO BRASILEIRO: PANORAMA E TENDÊNCIAS

O mercado imobiliário brasileiro é caracterizado por sua complexidade, abrangendo uma diversidade de segmentos e públicos, que refletem as disparidades regionais e socioeconômicas do país. Como apontam Matos e Bartkiw (2013), o setor é dinâmico e resiliente, com ciclos de expansão e retração influenciados por variáveis econômicas como taxa de juros, políticas de crédito e condições macroeconômicas. O mercado também apresenta uma interdependência entre a oferta de empreendimentos, os incentivos governamentais e o comportamento de consumo, configurando-se como um termômetro importante da economia nacional.

Nos últimos anos, o setor tem passado por transformações significativas, impulsionadas pela digitalização e pela adoção de novas tecnologias. O marketing digital, por exemplo, tornou-se uma ferramenta indispensável para atrair e engajar clientes, conforme destacam Santos Dias et al. (2022). Plataformas online, redes sociais e aplicativos móveis não apenas ampliaram o alcance das imobiliárias, mas também proporcionaram maior conveniência para os consumidores, que agora podem acessar informações detalhadas sobre imóveis e realizar visitas virtuais antes mesmo de interagir com corretores.

No entanto, o mercado imobiliário brasileiro ainda enfrenta desafios estruturais, como a desigualdade de acesso à habitação e a informalidade em algumas regiões. Estudos como o de Kawahara (2024) revelam a existência de um mercado imobiliário paralelo em favelas e áreas periféricas, onde promotores locais desempenham um papel crucial na mediação entre compradores e vendedores. Essa realidade ressalta a necessidade de políticas públicas e estratégias empresariais que promovam a inclusão e formalização desses mercados, contribuindo para uma experiência mais segura e acessível para os consumidores.

Paralelamente, as tendências de consumo no setor imobiliário refletem mudanças no estilo de vida e nas preferências dos consumidores. Carvalho e Cavalheiro (2022) destacam que a busca por imóveis maiores e mais bem localizados aumentou após a pandemia de COVID-19, à medida que as pessoas passaram a valorizar mais o conforto e a funcionalidade das residências. Além disso, há uma crescente demanda por empreendimentos sustentáveis e inovadores, que atendam aos padrões de eficiência energética e reduzam os impactos ambientais, como observado por De Oliveira (2022) em sua análise sobre a construção modular.

A introdução de tecnologias como realidade virtual e inteligência artificial também está redefinindo a experiência do cliente no setor. Segundo Oliveira et al. (2023), ferramentas de realidade virtual permitem que os consumidores explorem imóveis de maneira imersiva, economizando tempo e aumentando a confiança durante a jornada de compra. Essa inovação é particularmente relevante em um mercado onde a decisão de compra é influenciada por fatores emocionais e visuais, proporcionando uma experiência mais satisfatória e eficiente para os clientes.

A jornada de compra de imóveis no Brasil é composta por múltiplas etapas, que envolvem diferentes interações entre consumidores, corretores e imobiliárias. De acordo com Da Silva Santana e Ardigó (2023), essas etapas incluem a descoberta, a consideração, a decisão e o comportamento pós-compra, cada uma delas marcada por desafios e oportunidades específicas. Na fase inicial de descoberta, os consumidores identificam suas necessidades e começam a buscar informações sobre opções disponíveis no mercado, utilizando plataformas digitais e consultando corretores para compreender melhor as alternativas.

A consideração é uma das etapas mais críticas da jornada, pois envolve a avaliação detalhada das opções e a comparação de fatores como localização, preço e condições de pagamento. Estudos como o de Sampaio et al. (2023) mostram que a infraestrutura local e a proximidade de serviços essenciais são aspectos altamente valorizados pelos consumidores nessa fase. Já na decisão, o cliente conclui a negociação e realiza a compra, momento em que a clareza nas informações e a eficiência dos trâmites burocráticos são fundamentais para garantir uma experiência positiva.

Os pontos de contato com os consumidores desempenham um papel estratégico ao longo de toda a jornada. Martins e Marques (2015) destacam que corretores e imobiliárias são responsáveis por criar um vínculo de confiança com os clientes, oferecendo suporte técnico e emocional em todas as fases do processo. Além disso, as plataformas digitais tornaram-se canais essenciais para interações iniciais, permitindo que os consumidores explorem opções e obtenham informações de forma prática e acessível.

Apesar das evoluções no setor, a jornada de compra de imóveis no Brasil ainda enfrenta diversas barreiras que comprometem a experiência dos consumidores. Acesso limitado a informações confiáveis é um dos principais desafios, especialmente em mercados menos formalizados. Como apontado por Mutti et al. (2013), a falta de transparência e a dificuldade de obter dados claros sobre preços, localização e condições do imóvel geram incertezas que podem atrasar ou até inviabilizar a compra.

A burocracia excessiva também se destaca como um obstáculo recorrente. Muitos consumidores enfrentam dificuldades em lidar com a documentação exigida para a compra de imóveis, desde contratos até certidões negativas. Fávero e Luppe (2006) ressaltam que esses entraves são particularmente agravantes em transações de maior complexidade, como financiamentos habitacionais, exigindo maior suporte por parte das imobiliárias e corretores para simplificar o processo.

Outro desafio relevante é a questão financeira, especialmente em um cenário de altas taxas de juros e restrições de crédito. Sousa Filho e Arraes (2004) mostram que as condições econômicas influenciam diretamente a demanda no mercado imobiliário, limitando o acesso de muitos consumidores a financiamentos e dificultando a realização de seus objetivos. Nesse sentido, soluções como flexibilização de pagamentos e parcerias com instituições financeiras podem contribuir para mitigar essas barreiras.

Problemas relacionados ao atendimento também impactam negativamente a experiência dos clientes. Martins e Marques (2015) destacam que a falta de empatia, a demora nas respostas e a ausência de clareza nas informações transmitidas pelos corretores são fatores que prejudicam a confiança dos consumidores e aumentam o risco de desistências. Para superar essas limitações, é essencial investir na capacitação de profissionais e na adoção de práticas que priorizem a satisfação do cliente.

 

Conclusão final

A experiência do cliente no mercado imobiliário brasileiro é um tema que transcende as interações tradicionais entre consumidores e corretores, abrangendo aspectos emocionais, tecnológicos, financeiros e comportamentais que moldam a percepção de valor e a satisfação ao longo da jornada de compra. Em um setor marcado por sua complexidade e pelas particularidades regionais, oferecer uma experiência de qualidade exige das empresas uma abordagem estratégica, que combine inovação, personalização e empatia para atender às necessidades e expectativas dos consumidores. Nesse contexto, é fundamental compreender os desafios enfrentados pelos clientes e identificar oportunidades de melhoria nos processos e nas práticas do mercado.

Ao longo da análise, ficou evidente que o mercado imobiliário brasileiro ainda enfrenta barreiras estruturais significativas, como a burocracia excessiva, o acesso limitado a informações e as dificuldades financeiras dos consumidores. Esses entraves dificultam a jornada de compra e aumentam as incertezas do cliente, muitas vezes impactando negativamente a decisão final. Para mitigar esses problemas, é imprescindível que corretores e imobiliárias invistam em transparência e eficiência, simplificando processos e oferecendo suporte consultivo em todas as etapas da negociação.

A personalização do atendimento emergiu como um diferencial competitivo indispensável, principalmente em um mercado onde a compra de um imóvel envolve decisões emocionais e de longo prazo. Corretores que conseguem criar um vínculo de confiança com seus clientes, entendendo suas necessidades e adaptando-se às suas preferências, não apenas aumentam as chances de conversão, mas também fidelizam os consumidores, construindo uma base sólida para indicações futuras. Nesse sentido, a capacitação contínua de profissionais é essencial para aprimorar habilidades de comunicação, negociação e empatia.

O impacto das tecnologias no setor imobiliário também se revelou um aspecto transformador. Ferramentas como realidade virtual, inteligência artificial e plataformas digitais têm ampliado a conveniência e a acessibilidade, permitindo que os consumidores explorem imóveis de maneira mais prática e eficiente. No entanto, essas inovações não substituem o papel humano no atendimento, mas o complementam, destacando a importância de integrar tecnologia e interação personalizada para oferecer uma experiência completa e diferenciada.

As tendências de consumo também indicam um movimento crescente em direção à sustentabilidade, inovação e valorização da infraestrutura local, evidenciando a necessidade de adaptação por parte das empresas. Empreendimentos que incorporam soluções sustentáveis e atendem a padrões modernos de conforto e funcionalidade têm atraído maior interesse dos consumidores, especialmente em um cenário pós-pandemia, em que o lar se tornou um espaço multifuncional e de grande relevância.

Em um panorama de intensas transformações econômicas e sociais, o mercado imobiliário brasileiro tem a oportunidade de se consolidar como um exemplo de inovação e excelência no atendimento ao cliente. Ao superar desafios e investir em práticas orientadas para o consumidor, as empresas podem não apenas melhorar a experiência de seus clientes, mas também impulsionar o crescimento sustentável do setor. Estratégias que priorizem a transparência, a agilidade nos processos e a personalização têm o potencial de transformar a jornada de compra em uma experiência mais fluida e satisfatória.

Portanto, os resultados deste estudo apontam para a importância de integrar elementos tecnológicos, comportamentais e mercadológicos em uma abordagem centrada no cliente. O mercado imobiliário tem muito a ganhar ao adotar práticas que não apenas atendam às demandas dos consumidores, mas também antecipem suas expectativas, criando relações de confiança e proporcionando experiências memoráveis. Assim, o setor se posiciona como um motor de desenvolvimento econômico e social, contribuindo para a realização de sonhos e o fortalecimento da qualidade de vida no Brasil.

Conclui-se que a experiência do cliente no mercado imobiliário é um tema amplo e desafiador, mas que oferece oportunidades valiosas para inovação e melhoria. Ao aliar tecnologia, personalização e atendimento consultivo, as empresas podem não apenas responder aos desafios do setor, mas também liderar mudanças que beneficiem clientes, profissionais e o mercado como um todo. Essa evolução é essencial para assegurar a competitividade e a sustentabilidade do mercado imobiliário no cenário atual e futuro.

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